O poder público não dá conta sozinho do problema, alertam os palestrantes do evento ‘Cidades contra a Violência’ 

Cezar Schirmer, o mediador Michel Gralha (diretor do ICF) e José Beltrame (Foto: Rômulo Gress/ICF)

A situação é gravíssima, mas há saída. E ela passa pelo envolvimento da sociedade como parte da solução. Nesse contexto, é bem-vinda a lei de incentivo à segurança proposta pelo Instituto Cultural Floresta (ICF). É o que manifestou o próprio secretário estadual da Segurança, Cezar Schirmer, entre outros painelistas do seminário “Cidades contra a Violência” promovido pelo ICF na manhã desta segunda-feira, 23 de abril, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. Sobre a nova legislação, Schirmer afirmou encontrar “razões de sobra para aprová-la”. Acrescentou que o governador também é favorável à proposta e o governo apenas está “aguardando o momento adequado para encaminhar à Assembleia”. O texto ainda precisa ser submetido aos deputados estaduais, mas já há confiança no número de votos necessários favoráveis à lei.

Pela proposta, as empresas poderiam alocar até 5% do saldo devedor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a projetos de aparelhamento da segurança e de prevenção de violência voltados para a educação, além de um aporte de 10%, sobre o valor compensado, para o Fundo Comunitário Pró-Segurança. A respeito desse ponto, Schirmer destacou a validade da medida, “por mostrar que a segurança exige também um trabalho a longo prazo, que mude a cultura de violência”. Ele frisou que o apoio ao combate ao crime se reflete em ganho para todas as áreas da sociedade, pois “segurança é base para a educação, para a saúde, para o desenvolvimento econômico, para o turismo”.

Leonardo Fração, presidente do Instituto Cultural Floresta (Foto: Rômulo Gress/ICF)

Ao explicar a sugestão de lei, no discurso inicial, o presidente do ICF, Leonardo Fração, ressaltou: “Sem entendimento e uma relação saudável entre o público e o privado, nós não vamos resolver o problema da segurança pública”.

Entre o primeiro e o segundo painéis, uma homenagem fora do roteiro emocionou o público. O presidente do Conselho Consultivo do ICF, Claudio Goldsztein, chamou ao palco o soldado Emmanoel Macedo Mareco para lhe entregar uma placa de agradecimento pelo ato de heroísmo, ao enfrentar sozinho, e apenas com uma pistola, três assaltantes fortemente armados com fuzil e pistolas, em um ônibus da rota Santana do Livramento – Porto Alegre.

Claudio Coldsztein, presidente do Conselho Consultivo do ICF, entrega placa ao PM Emmanoel Macedo Mareco (Foto: Rômulo Gress/ICF)

O seminário confrontou visões nem sempre convergentes sobre a segurança pública. Mas, apesar de divergências em alguns pontos, uma constatação saiu intacta dos cinco painéis realizados: o poder público não consegue dar conta do problema sozinho.

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